Acreditamos que:

Gastronomia não é somente a arte de fazer e consumir iguarias.. mas é também compreender os sentimentos e transportá-los ao paladar...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Alho, ingrediente milenar


Sendo este, um blog de trocas de informações, conhecimentos gastronômicos históricos e contemporâneos, resolvi postar algo que gera familiaridade à nossa cozinha: o alho. Há controversas de onde surgiu esse tempero tão aromático. Pesquisas mostram que sua existência tem aproximadamente 6000 mil anos. Não se sabe ao certo o local de origem, mas alguns relatos indicam a Europa Mediterrânea ou até mesmo o Continente Asiático. Pertence a família Liliaceae, a mesma da cebola e cebolinha, e tem o nome científico Allium Sativum. Seis são do tipo Ophioscorodon e se chamam: Asiático, Criolo, Listra Roxa, Listra Roxa Marmorizada, Porcelana e o Rocambole e dois são do tipo Sativum: o Alcachofra e o Prata. E sempre lembrando que ele é composto de uma cabeça e dentes unidos por uma fina camada de cascas.
É um condimento indispensável e consumido de norte ao sul em nosso país, além de versátil e utilizado em várias produções como vegetais, massas e carnes. Na literatura de Luís da Câmara Cascudo em A história da Alimentação no Brasil em certo parágrafo relata que o “português já plantara e colhia nas hortas os temperos habituais de sua terra como cebolas, alhos, coentros...” é de se imaginar então que resultado da cozinha nacional pudesse extrair desse tempero o aroma e o sabor que ela expressa. Em livros técnicos de gastronomia mostram também a utilização do alho em países asiáticos como China, Índia, Japão. Nos países europeus como Itália, França, Espanha e nos países americanos em geral como a Califórnia, México e Brasil.
Não aponto diretamente uma cozinha específica no Brasil que o consome constantemente, mas a cozinha mineira utiliza muito esse condimento. Mas o que seria da cozinha nacional sem a presença deste? Profissionais e cozinheiras do lar que o digam. Na França é muito utilizado na cozinha provençal (cozinha de Provença, localizada ao sul da França, nas proximidades do Mar Mediterrâneo). Em Escoffier, Rei dos Chefs de Kenneth James, relata que Auguste, vindo do sul da França, para ele não fazia sentido cozinhar sem alho e já estando em outra região da França deparava com preconceito na utilização do alho em suas preparações. Há um parágrafo nesta literatura que acho interessante em que ele diz:
"Seria um erro e uma heresia nos privarmos de um condimento tão necessário na cozinha simplesmente porque um preconceito antigo o tornou suspeito. Se pudéssemos rebatizá-lo com um nome diferente e agradável, as garotas mais bonitas da França enlouqueceriam por ele".
Lembrando também que este bulbo mundialmente utilizado possui benefícios anti-sépticos. Descreveria aqui uma imensidão de relatos dos seus benefícios e a pesquisa ainda seria grande. Mas quero deixar uma sugestão para quem aprecia este tempero. Pegue uma cabeça de alho e a higienize, mas não retire a casca. Corte levemente as pontinhas dos dentes e coloque em cima de um papel alumínio. Coloque sal grosso e regue com azeite por cima, embrulhe com o papel e leve ao forno por aproximadamente 30 minutos. Retire do forno e a casca saíra facilmente. É um ótimo tira gosto e acompanha também alguns pratos.

Camila Bastos

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